domingo, 2 de fevereiro de 2014

A relação " escondida"


«Ao encontro de Mr. Banks»



Ficha Técnica
Realização

 
Ator / Atriz

 

Dr. Freud anda   à solta neste filme, embora não conste da ficha.

 A estrutura do filme revela ter uma  forte  inspiração psicanalítica.

 A  escritora, Mrs Travers (Emma Thompson) tem dificuldades em vender, no caso a W. Disney, him-self- performado por Tom Hanks- os direitos da produção do filme “Mary Poppins ” venda que acabou por acontecer, como sabemos.

Esta relação de venda esconde, aqui está o segredo do filme, uma outra, a  progressiva relação terapêutica, entre W Disney, que assim comprova um excelente desempenho como americano que    preza ser,  descobrindo  ele, Disney, passo a passo, nas negociações “ o que não está a funcionar” na cabeça e coração da vendedora Travers, ou seja, porquê as resistências à venda dos direitos.

Ora, todos sabemos que uma relação terapêutica esconde sempre uma relação amorosa, mas como relação casta, pois senão perderia a dimensão analítica.

 Por outras palavras, Disney não  copula com Travers, não pratica sexo mas descobre os  segredos  recônditos dela.

Por isso, vai aparecer a infância da escritora- a estética da infância é agradável, em contraponto com a violência do relacionamento da menina, a pequena Travers, com o meio familiar, onde a figura do pai é esmagadora, não fosse Adão um homenzinho de muitos recursos. E pensar que andou Deus metido na repartição de poderes, entre os seres do Éden.

E a serpente entrou na relação do pai com a menina? Tal acontecimento parece-me sugerido, no passeio a cavalo  de ambos e no facto de o pai simular que a menina “estava a pôr ovos” depois do passeio , como pretexto para desobedecer à mãe, figura tão resignada e silenciosa.

A isto chama-se  incesto, o que afastaria desde logo, o filme da corrida aos Óscares. Então  a nação americana  não será um  conjunto de pais normais?.

Mas é um bom filme.Se puder veja-o. Convém não ligar a isto dos Óscares.