terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Joy ganhará um Oscar?

Joy: um nome de sucesso 




Joy Movie Review, no spoilers – well, maybe some.Bradley Cooper quer ser Lance ArmstrongIsabella RosselliniDescription Robert De Niro Shankbone 2010 NYC.jpg


1-O filme de David Russel é uma comédia dramática  biográfica, lançado nos EUA em Dezembro de 2015 (filmes anteriores  The Fighter, 2010,  Silver Linings  Playbook (2012) e American  Hustle , 2013)

 Joy (Jennifer Lawrence ) é  a ex de um ex (Edgar Ramirez ) que partilha a cave da casa com o  pai  dela   ( Robert de Niro) 

Toda a família de Joy  vive na mesma casa:  a mãe    passa o seu tempo  deitada a ver novelas, a televisão assume a centralidade da sua vida (" pobreza"? tédio?...)


 Mimi a avó de Joy, que sendo a mais velha do grupo é a personalidade mais estimulante,  os filhos  dela, a irmã , etc todos moram  na casa.

Mesmo a  namorada do pai (Isabella  Rossellini)  uma viúva rica, cujo dinheiro servirá para financiar  o projecto de Joy - capital financeiro  para criar  produzir , distribuir   e vender a nova esfregona  para a limpeza  dos lares americanos- vive com o grupo familiar  as questões mais importantes, como a vida de Joy.

A casa é grande, a família também, mas apesar de tudo não me pareceu disfuncional, caótica é certo, mas solidária , bizarra nesta opção  (?) da partilha do espaço, talvez  o baixo rendimento  tal o explique, embora o pai pareça ter uma razoável situação..

O destino de Joy será partilhado pelo grupo,  tal como a casa.


2- A televisão, como instituição social, acaba por ser   uma espécie de cimento - discreto, fraco. anêmico - aglutinador  funcional  da história, atividade   trazida  à cena por Bradley Cooper, simpático e cheio de glamour, como sempre

Porém, o verdadeiro agente desta história  é  (o pequeno, no caso ) " capitalismo americano", a que Joy empresta  a cara, a que se junta  a  tal  televisão, uma parceria muito frutuosa.

Como princípio, a televisão  é  um catalisador  na expansão  do sistema, através  da publicidade e dos processos de identificação que gera na vida econômica dos produtos.

 O filme relata esta realidade, de forma bastante insípida, diga-se!

 Já  a história   parece queixar-se, com alguma razão, dos advogados, seres  diabólicos,  que  fazem a vida negra a Joy, o que também é  um lugar comum, no tratamento popular da figura, de advogado.

Joy é simpática aos nossos olhos  porque representa o trabalho e as suas dores, socialmente falando, como elemento  do sistema  É um  drama o cair no desemprego sem poder sair dessa situação de forma aceitável,drama   compreensível  a todos e talvez vivido, por cada um, alguma vez nas suas vidas.

Joy  é, por um lado, o elo mais fraco , corporiza o drama social dos trabalhadores e dos micro capitalistas,  em que  se tornou, mas, também é o elo   mais forte, na história, pois   é o pilar  da excêntrica e (falida?)  família.

É esta tensão  acumulada que dá força à personagem central, Joy   é uma vítima santificada, afinal !

Digamos, porém que este cliché, vítima santificada, é excessivo e quase afunda o filme.

3- Depois do seu sucesso pessoal chegar, vende imensas esfregonas,  transforma-se,  ela própria, num elemento salvador para as outras mulheres populares , ajudando-as  de uma forma piedosa a sair da pobreza, do desemprego.

Ela agora conhece as manhas do capitalismo. e ensina-as.

O filme tem demasiados ingredientes, como a casa tem demasiadas pessoas!

Jennifer Lawrence é uma mulher muito bonita , porém demasiado jovem para o papel de Joy , ganhará o Oscar pela sua beleza natural, digo eu.

Russel aposta na notoriedade de De Niro e Bradley Cooper, personagens laterais, mas não chega  para termos um filme. 

O filme  tem elementos a mais  que se anunciam para logo se desvanecerem  .

Não chega sequer a haver um   verdadeiro filme mas "acontece" um catálogo de temas !!!










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